Coração Rejeitado
Coração Rejeitado
Devolve-me o meu coração,
Que o hás maltratado
De tal modo
Que não usufruirás do perdão!
Está todo dorido, albino arco-íris…
Vê-o! Repara no estado em que o deixaste:
Um traste!
Até mirrou de tanto ser infeliz!
Todo a ti se deu
À procura de algum aconchego,
Desprendido do seu ego,
Com ideias de um futuro que jamais alguém leu!...
Foste mais uma
Que brincou com ele,
Rasgando-lhe a pele
Que cobria a sua ténue alma…
Jaz uma vez mais
Em sacanas mãos.
E, um a um, contava-os,
Essa infame, seus últimos ais…
Porquê me sucede sempre o mesmo?
Não deveria de aprender de uma vez para a outra?
É tão difícil encontrar, para esta pérola, uma ostra?
Será que a culpa é do meu mau esmo?
Coração, segreda-me,
Quando de ressuscitar voltares,
Se a próxima é de vez,
Se é da próxima que ouvirás, com verdade, «Ama-me!»?
Gregório Campos - 11 de Dezembro de 2006, 0h47
(Este poema foi inspirado na imagem encimada)
4 Comments:
muito bom o poema gostei.Bjs
No fundo é isso que todos procuramos, um aconchego para o nosso coração. Se procurarmos bem havemos de encontrar um sitio onde po-lo a descançar. Se será definitivo, humm... não sei se acredito, talvez...
É da próxima vez sim. Tem que ser. Porque é essa certeza/esperança que move o próprio coração. Por isso está descansado: é da próxima vez.
Inquestionavelmente, andamos sempre à procura do tesouro. Nesta busca, misteriosa, nunca sabemos se a arca do tesouro está cheia ou vazia. Mais flagrante é quando ela está a meio.
Belo poema. :)
Hugzz
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