Palavras
Prefiro ser o vento norte
Em suave brisa
Ou briol forte
Pois eu sou guardador de palavras na lezíria
E em todo-o-lugar.
Devoro-as, letra à letra
Para sobreviver, para me expressar.
É verdade, acreditem! Não, não é nenhuma treta
Sai-me algures de dentro
(Ou é externo a mim? Sei lá, lá sei...).
Tal como um ponto é da circunferência o seu centro
As palavras são fulcro, são Lei.
Um silêncio
Um olhar
Um gesto no vento
Tudo isto é (se pode) palavrear.
Venham essas palavras
Solitárias ou aos pares
Baixem as cobardes armas
E ergam, antes, ao céu os vossos corações!!
(Gregório Campos, 25 de Julho de 2006)